Era uma vez, em um campo vasto e dourado, onde os cachos de arroz balançavam suavemente ao sabor do vento, vivia um Espantalho solitário. Ele tinha olhos de botões, um chapéu de palha e um coração cheio de sonhos. Todos os dias, ele ficava ali, de braços abertos, protegendo as plantações dos corvos e das tempestades. Mas ele não era feliz, se sentia culpado por espantar tantos pássaros que voavam até o campo, a procura de alimento para eles e os filhotes. O espantalho queria muito ajudar, mas não sabia como.
Ele ansiava por algo que não podia explicar. Queria entender o mundo além dos campos, conhecer os segredos das estrelas e sentir o toque da chuva em sua pele de palha, e sonhava com um coração que batesse de bondade e verdade. Um dia, quando o sol estava prestes a se pôr, uma pequena Fada apareceu, e sentou-se no ombro de espantalho e sorriu. Ela tinha asas translúcidas e cabelos dourados que brilhavam como raios de sol.
“Por que você está triste, querido Espantalho?” perguntou a Fada.
O Espantalho olhou para ela com seus olhos de botões. “Eu quero um coração de verdade”, disse ele. Quero sentir emoções, amar e ser amado, e fazer bondade. Queria muito ajudar a todos esses pássaros, mas o que faço é espantá-los. A Fada riu suavemente. Ah, meu amigo, você já tem um coração, está aqui, dentro de você, e tocou o peito do Espantalho, e ele sentiu algo se mover lá dentro. Mas como posso ter um coração se sou apenas palha e madeira? perguntou o Espantalho. A Fada apontou para o céu. Veja as estrelas lá em cima, Cada uma delas é um coração que brilha no universo, e o seu também brilha, mesmo que de uma maneira diferente.
O Espantalho olhou para o céu e sentiu uma conexão com algo maior. Ele percebeu que o amor e a coragem estavam em todos os lugares, até mesmo dentro dele. Posso fazer um pedido? me ajude a diminuir a fome desses pássaros. A Fada sussurrou palavras mágicas e tocou a testa do Espantalho com sua varinha. Instantaneamente, ele sentiu algo mudar. Seu corpo de palha ganhou vida, e ele pôde sentir o vento, o cheiro da terra e o calor do sol.
Você é agora um Espantalho com um coração verdadeiro, disse a Fada. Ame, sonhe e proteja com todo o seu ser, e faça a bondade não só aos pássaros, mas todos os que você puder ajudar. E assim, o Espantalho e a Fada se tornaram amigos inseparáveis. Ele continuou a proteger os campos, mas agora com um amor profundo por cada planta e criatura, E a Fada? Ela voava ao seu lado, espalhando magia e lembrando-o de que o verdadeiro coração estava sempre dentro dele.
Naquele campo de arroz e seus cachos dourados, o Espantalho encontrou sua verdadeira razão de ser. Com um coração recém conquistado, ele não apenas protegia as plantações dos pássaros, mas também se tornara um amigo para todas as criaturas que ali viviam. De manhã, ele cumprimentava os coelhos que saíam de suas tocas, desejando-lhes um dia cheio de cenouras suculentas. Ao entardecer, conversava com os grilos, ouvindo suas canções noturnas e compartilhando histórias sobre as estrelas.
As borboletas dançavam ao seu redor, e o Espantalho ria com suas asas coloridas. Ele ajudava as joaninhas a encontrar os melhores lugares para pousar e guiava as formigas em suas trilhas incansáveis. Mas havia uma criatura especial que o Espantalho sempre esperava ver: a Fada. Ela aparecia nos momentos mais mágicos, quando o orvalho brilhava nas teias de aranha e o sol se punha em tons de laranja e rosa. A Fada sorria para o Espantalho, lembrando-o de sua jornada. Você vê, meu amigo, a alegria está em ajudar os outros. Seu coração agora pulsa com compaixão e gratidão.
O Espantalho olhava para o céu, onde as estrelas brilhavam como pequenos corações. Ele agradecia à Fada por ter lhe dado a dádiva de sentir. Minha querida Fada, você me transformou. Agora, cada dia é uma aventura, e cada criatura é um presente. E assim, o Espantalho continuou sua missão com alegria. Ele não apenas protegia os campos, mas também espalhava bondade e esperança. Os animais o chamavam de “Amigo de Palha”, e ele sabia que seu coração estava cheio.
A Fada voava ao seu lado, sussurrando segredos do vento e lembrando-o de que a verdadeira magia estava na simplicidade. O Espantalho nunca esqueceu sua gratidão por ela, pois ela lhe deu mais do que um coração; ela lhe deu um propósito. E assim, no campo dourado, o Espantalho dançava com as borboletas, ria com os grilos e abraçava a alegria de ser útil a todas as criaturas. E quando a lua surgia, ele olhava para o céu e agradecia à Fada, sabendo que o amor e a gratidão eram os verdadeiros tesouros da vida.