Muitas vezes associamos a noite com as trevas, como se soubéssemos como elas são na realidade. A noite é um lençol misterioso que cobre a Terra e permite vidas estranhas visitar esse planeta de expiação, no entanto para quem tivem um espírito mais sensível, sentirá as energias circulante em meio as sombras noturnas e seu mundo enigmático. A noite é o berço dos sonhos  e uma ponte de esperança para um novo dia, das mansões as palafitas anjos e fadas visitam os leios macios ou as calçadas frias, entram nas mentes e os devaneios surgem coma as águss de uma fonte.

Em um vilarejo de um mundo distante uma menina órfâ foi por uma família, e mesmo sendo acolhida vivia intensamente infeliz. Sempre falavam que o futuro dela era incerto, e enquanto ela estivesse com eles não morreria de fome, mas se algum dia fosse embora as sombras lle abraçaria. Tristonha por ouvir sempre as mesmas observações, uma noite deciciu sair e andar pela mata e se acostumar com o escuro.

Caminhou por todo a noite, e já pela madrugada parou próximo a um lago e viu muitas sobre as folhas de aguapé. Ficou impressionada com tanta luz no meio do nada, aproximou-se mais ainda pensando que seriam pequenas fadas, e assim poderia fazer um pedido. Um pirilampo voou e pousou no nariz dela, que por sua vez com o olhar vesgo perguntou: Por acaso vocês são fadas? Não, somos pirilampos, as lanterninhas da noite. E se fôssemos fadas o que iria pedir?

Para ficar com vocês, só assim não se cumpriria a profecia da família com quem eu moro, sempre dizem que um dia viverei no escuro.

-Eles em parte estão certos, todos têm seus dias de escuridão, mais nunca será para sempre.

Até vocês?

-Sim, e por alguns segundos todos apagaram as lanterninhas coloridas, e depois voltaram a brilhar. Quer mesmo ser um de nós? Não somos assim tão diferentes dos outros viventes, também sofremos e morremos quando chega a hora.

-Sim, você me concede esse pedido?

-Lógico, mas faremos diferente, e todos voaram sobre ela e a transformaram em uma estrela cadente, voarás pelo universo, e quando se apagar pensarão que você caiu, mais sempre será a nossa estrela guia, e além de brilhar nas noites escuras, estará livre da insensatez da humanidade, sua coragem encontrou seu destino. A noite dos pirilampos nem sempre é feita de calmaria, também enfrentamos tempestades e perdas, mais se resistirmos e sobrevivermos, na noite seguinte estaremos clareando a mata.

Antônio Lopes Bezerra