Era uma vez, em um reino distante, um homem chamado Adonis que era conhecido por sua habilidade incomparável como inventor. Seu maior desejo era criar algo que nunca antes havia sido visto ou imaginado. Em sua oficina, cercado por engenhocas e esquemas, Adonis trabalhava dia e noite, obcecado por sua mais recente criação: asas para um escorpião.
O escorpião, chamado Retorno era um ser único, o último de sua espécie, e Adonis queria presentear a ele com o poder de voar. Adonis e Retorno haviam formado uma amizade improvável, e o homem acreditava que, ao dar asas ao escorpião, poderia ajudá-lo a alcançar novos horizontes e talvez até mesmo mudar a percepção que todos tinham de sua espécie temida.
Após meses de trabalho árduo, Adonis finalmente completou um par de asas magníficas, feitas de penas de pássaros raros, com cuidado ele as prendeu nas costas de Retorno, ajustando cada pena e até que estivessem perfeitas e seguras.
No início, Retorno hesitou, mas com o encorajamento de Adonis, ele começou a bater as asas. Primeiro, lentamente, depois com mais confiança, até que, com um salto poderoso, ele se lançou ao céu. O escorpião voou através das nuvens, sobre montanhas e vales, maravilhando-se com a liberdade que nunca pensou ser possível.
A notícia do escorpião voador se espalhou rapidamente, e as pessoas de terras distantes vieram para ver a maravilha que Adonis havia criado. Em vez de medo, elas sentiam admiração, e Retorno, que antes era evitado e limitado agora era celebrado como um símbolo de inovação e amizade.
Adonis, embora extasiado com a realização de fazer Retorno voar, não percebeu que ele ainda carregava sua natureza venenosa. O escorpião, apesar das asas, ainda tinha o ferrão mortal que o tornava perigoso.
Um dia enquanto Adonis trabalhava em um novo projeto, Retorno começou a sentir uma agitação estranha. Seu corpo tremia, e suas garras se apertaram involuntariamente. Adonis alheio ao perigo, ria e gritava de alegria, ignorando os sinais de alerta.
Então, num momento de impulso, Retorno virou-se para Adonis e cravou seu ferrão no ombro do inventor. A dor foi aguda e imediata. Adonis gritou de dor e surpreso com a ingratidão
O escorpião olhou para ele com olhos tristes. “Eu não queria fazer isso”, sussurrou. “Mas minha natureza é implacável. Mesmo com asas, ainda sou um escorpião.”
Adonis sorriu fracamente. “Lhe dei asas, meu amigo, e você conseguiu voar. Não importa o preço.”
E assim, Adonis e Retorno permaneceram ali, lado a lado, um homem e um escorpião, cada um lutando contra sua própria natureza. Eles não podiam mudar o que eram, mas haviam aprendido uma lição valiosa: a liberdade tem seu preço, e nem sempre é o que esperamos.
( O conhecimento é um farol na escuridão)