Caminhando na floresta um pesquisador encontrou uma pequena trilha de pedras, começou a andar sobre elas e depois descobriu que se tratava da nascente de um rio. Na proporção em que avançava o rio de pedras ficava mais largo e com rochas altas e brancas, pulando de uma em uma na esperança de encontrar algo que justificasse a natureza daquele rio. Retirou do bolso uma lupa, tentado ver algum tipo de pegadas em algum cascalho, e em vão continuou a peregrinação.
O dia estava terminando e ele decidiu pernoitar em cima de uma enorme pedra, nenhum animal selvagem se arriscaria anto para atacá-lo, tirou da mochila um pequeno lençol e estendeu sobre uma rocha com saliência curvada. Quando a lua estendeu seu manto branco sobre a mata, o rio de pedras refletia a brancura lunar, parecendo uma estrada de neve. As curvas sinuosas ainda eram vistas devido a vegetação disforme na orla do rio.
Um som esquisito quebrou o silencio da noite, parecia que as pedras estavam sendo riscado com um garfo, o homem aquietou-se mais ainda e ficou apreensivo para saber a origem daquele som. Para sua surpresa, emergiram entre as rochas pequenos animais de formatos diferentes. O mais intrigante, estavam tão sintonizados em si que se pertencessem a mesma espécie, segundos depois um pequeno objeto espacial pousou e deixou umas ferramentas estranhas que foram recolhidas.
Um robô se aproximou do homem e pediu segredo sobre o que ele tinha visto, somos os guardiões da terra, retiramos dela tudo de ruim que a humanidade nela, esse rio era bonito e secou, restou apenas as rochas, mas um dia sua nascente voltará a jorrar água e vida. Peça aos humanos para cuidarem de seus rios pessoais para que nunca sequem, façam limpezas constantes nas nascentes de seus corações, só assim um dia o amor vai jorrar e doar vida. Voltou para a pequena nave e desapareceu silenciosamente no espaço.
O pesquisador ficou pensando se aquilo seria sonho ou algo real, no entanto o que o estranho lhe havia falado, iria colocar em prática, mesmo porque o amor é a água da vida, impossível viver sem ela.
Antônio Lopes Bezerra